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quarta-feira, 8 de outubro de 2014
DOCES MALDIÇÕES(parte 2)
Os cavaleiros deram meia-volta.Rafael suspirou aliviado,quando uma ratazana mordeu-lhe a perna.Gritou. -Eu sabia!exclamou um dos encapuzados..-Ele está por aqui! Enxotada,a ratazana correu entre os cavalos,que galopavam em direção a árvore caída.Os homens desmontaram,engatilhando seus rifles.Encontraram Rafael deitado embaixo de um galho.Um dos homens o chutou,enquanto o outro mirava a arma em seu rosto. -Vamos acabar logo com isso!-disse o que chutou. O primeiro tiro foi mesmo no rosto do adolescente,que ficou completamente desfigurado.O corpo se debatia,enquanto o sangue esguichava,se misturando com a água da chuva.O segundo tiro perfurou a barriga.O terceiro deu um término na agonia,foi no coração. Os homens montaram e seguiram caminho em meio a tempestade.Ambos tiraram seus capuzes e galopavam cada vez mais tranquilos,enquanto o dia ia clareando. O rosto de Emiliano era atravessado por uma vistosa cicatriz,causado pela faca de uma ladra,enquanto ele a estuprava.Nicanor,por sua vez,tinha uma aparência melhor,era dez anos mais jovem que o parceiro.Tinha mais sorte com as mulheres,não precisava agarra-las á força.A dupla sobrevivia matando a dinheiro. -Você pegou alguma coisa pra provar pro doutor Policarpo que a gente acabou com o guri?-Nicanor perguntou. -É claro.Arranquei a cabeça daquele filho do diabo.Dá pra ver que é dele.Senão,o doutor não paga. Subitamente,resolveram parar,quando avistaram uma cabana simplória de madeira.Desmontaram e se aproximaram,a medida em que chegavam mais perto,ficava mais nítida a voz de uma mulher,cantarolando algo num idioma desconhecido para eles.Na verdade,foi aquela voz feminina que os atraiu.Nicanor bateu na porta,enquanto Emiliano olhava em volta. Os cabelos negros e longos de Betina e seus seios fartos a mostra num generoso decote deixaram os matadores quase hipnotizados.O tempo todo sorridente,convidou-os a entrar. -Aceitam um café?-ela perguntou,enquanto eles se acomodavam á mesa. -Eu prefiro vinho.-exclamou Emiliano,passando o braço em volta da cintura da moça,que,sem deixar de sorrir,se desvencilhou,apanhou uma garrafa e uma caneca. -Como queira,senhor.-ela disse,enchendo a caneca e a entregando a Emiliano. Nicanor aceitou apenas o café e perguntou: -Como se chama,moça? -Betina.E vocês? Eles se apresentaram e iniciaram uma animada conversa com a bela e alegre anfitriã.Mas o vinho e o café fizeram o mesmo efeito.Ambos adormeceram. Quando acordaram,a noite já havia voltado.As canecas e a garrafa deram lugar a um castiçal onde tremulavam as chamas de duas velas. -Mas que diabos!-Emiliano exclamou,se levantando tõ bruscamente que derrubou a cadeira.-O que aconteceu? Nicanor esfregou os olhos: -O que aconteceu?A gente dormiu.Aquela miserável nos dopou. Logo constataram que não havia mais ninguém além deles na cabana.A porta e a janela estavam trancadas por fora. -Estamos presos nesta espelunca!-Emiliano gritou desesperado-Ela nos trancou aqui! Nicanor,mais controlado que o parceiro,vasculhava o pequeno espaço da cabana em busca de uma solução. -Temos que achar algo para arrebentar essa porta.Já percebeu que nossas aramas sumiram? Uma das velas se apagou. -Quando eu colocar as mãos naquela cadela...-Emiliano não conseguiu terminar a frase.Caiu,como se alguém o tivesse golpeado por trás.Quando seu jovem parceiro se aproximou para acudi-lo,a outra vela se apagou. Escuridão total.
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